Chove fora
e chove dentro.
A chuva
encharca também
meu sentimento.
Descubro
novas goteiras,
novos vazamentos.
Há telhas quebradas,
calhas furadas-
escorre água
pela sala dos meus
pensamentos.
A tempestade existe,
dura,
persiste.
O vento é forte,
vem do sul
e do norte-
e insiste.
Meu teto
resiste,
não desaba.
Caem galhos,
árvores
e flores-
deitam-se as plantas,
aos seus açoites.
É dia,
mas parece noite.
O sol já não brilha,
Sou impedida
de sair
pelos raios e trovões .
Sou convidada-
ou obrigada-
a dominar
meus medos
e minhas emoções.
Assim é essa hora!
Assim é a vida,
agora.
A realidade inunda
dentro e fora.
Chove,
é verdade!
Chove
verdade!
E enquanto
a chuva cai-
cai junto
meu pranto.
Depois dela,
depois dele,
seco todo meu mundo
e me levanto.
Depois da chuva,
a vida continua-
lavada,
limpa,
linda
e
bela.
Segue sem trégua.
Segue e reinicia.
A chuva
me carrega
e me rega -
e dela
brota
essa
poesia
sábado, 15 de janeiro de 2011
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