liberdade

liberdade
voar,voar...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

VIVO?

Todos os dias
a vida passa,
anda,
dança,
canta,
corre,
caminha,
deita,
senta,
inventa,
cria...

Todos os dias
ela respira,
nasce,
morre
e se reinicia.

Em que ponto
a mente estacionou
nosso corpo,
nosso cérebro,
nosso coração??
Em que momento
ela congelou,
paralizou
e
tolheu
o fluxo,
a fonte,
a vazão??

Em que palavra,
gesto,
fato,
situação???

Aonde ela
se trancou,
se fechou em
suas tensões,
suas razões,,
suas preocupações
e elocubrações??
Onde escondeu as chaves
de suas próprias ilusões,
suas próprias criações
e prisões??

No ontém???
Num tempo que nem existe mais?
No futuro?
Num tempo que nem existe ainda??

Em que formas
ela se identificou
e parou??

Nas próprias perguntas
ou nas alheias?
Nas próprias respostas
ou nas alheias?
Nas próprias invenções
ou nas alheias?
No próprios pensamentos
ou nos alheios??

No próprio saber?
No próprio eu?

Onde ela deixou de apenas SER??

A vida passa todos os dias,
passa pelos segundos,
pelos mundos...

Passa por todos,
por tudo,
por mim também...

E segue...

Por favor,
vida,
toma-me dessa mente,
que chamo minha,
e carrega-me!!!

Leva-me pelos picos e vales desconhecidos,
pelos sóis e planetas infinitos.
Vem! Me invade!

Descongela meus pés desse atoleiro,
que finjo ser real e verdadeiro...
Leva-me pelas cavernas e marés ,
pelos átomos e quantuns que brincam
em suas formas...
Leva-me pelas brisas e tornados,
pelas galáxias que já se extinguiram,
pelos sons que nunca se ouviram,
e pelo eterno de tudo que é silenciado.

Vida,
penetra o óvulo desse Espírito que habito!
Não permita essa esterelidade
de pensar que VIVO, apenas por ter nascido!




sábado, 12 de junho de 2010

OSHO: Life Is a Flux (La vida es un cambio continuo)

ANDO NO ESCURO

Rasguei todos os mapas
e itinerários que me foram dados.
Rasguei velhos dicionários
e antigos vocabulários,
normas,
leis,
preceitos
e caminhos largos
ou estreitos.

Agora ando no escuro,
no desconhecido
vasto que me abriga
e eu abrigo.
Ando no caminho
das minhas próprias descobertas
e lições.
Eu sou o aprendizado de cada novo passo.
A dor de cada queda,
o prazer de cada paisagem inaugurada.
A presença de minhas próprias sensações.

Ando na luz suave do meu interior.
Meu farol é cada momento sentido,
cada experiência vivida,
cada segundo que respiro,
cada coisa que me cerca.

A solidão e o escuro
me ensinaram a confiar,
a não precisar , nem buscar
nada
nem ninguém
que não esteja , por si só,
em meu caminho .

Tropeço, caio, choro.
Levanto,canto, oro.
Mil vezes.
Todos os dias.

A noite nunca me surpreende,
porque anda a meu lado,
de braço dado.
Ela me escuta e escuda.
me ampara e pára.

Ando no escuro.

Aprendi um novo jeito de olhar,
caminhar e viver.
Um jeito que não sei explicar.
Um jeito feito de ser.

As noites
se tornaram amantes dos meus pés.
Os medos se foram,
a vastidão se formou dentro de mim também.

Ah, amada escuridão!
Verdade iluminada
deitada sobre o meu coração.
Céu e infinito.
Sem estradas,
sem chão,
sem nada definido.

Noites
salpicadas de pequenas
e gigantescas estrelas...
Noites silenciosas
fecundando todo o cosmos,
formando incontáveis mundos novos-
noites abençoadas !

Breu vazio,
sem cio,
sem eu.

Escuridão-
prenuncio da Luz
que nunca se apaga:
A luz da auto-descoberta,
da auto-iluminação.




terça-feira, 1 de junho de 2010

Nothing remains unchanged - Mooji

MENTE

A mente é uma casa
engraçada e apertada,
embora
sem portas,
grades
e sem janelas.
E você pode
ficar preso nela...

Sua base de concreto
é feito de conceitos
do que é bom ou ruim,
errado ou certo.

Visitantes,
estranhos ou conhecidos,
queridos ou irritantes,
chegam a cada segundo
de todos os lugares do mundo.
Alguns se demoram,
outros mal chegam e se vão.
Alguns já têem nome,
outros ainda não.

Penso que são pensamentos,
sinto que são sentimentos,
mas , na realidade,
são sensações.
Uns dizendo mentiras,
outros a verdade.
Todos lutando
pela minha identidade.

Alguns são mendigos,
pedintes, amigos...
outros arrogantes,
impositivos,
autoritários
e petulantes.
Um bando de andarilhos,
itinerantes...

Alguns comem e dormem á vontade.
Sugam muita energia.
Outros reclamam e resmungam:
Querem mais!
E todo dia!
Mais acolhida, mais espaço,
mais atenção...
mais isso e mais aquilo.

Querem ficar sozinhos,
reinando,
imperando...
Exigem autonomia,
ordenam que o Eu controle
a visitação,
cobre horários e honorários,
proíba esse ou aquele
e convide apenas
os que convém`
à uma tal de D.Imaginação.

Enfim,
a mente,
esta casa,
que nem me pertence
realmente,
é um bordéu,
um inferno,
um harém
e um céu-
tudo ao mesmo tempo.
Depende do momento...

Às vezes surge
uma tal de Indecisão,
outra hora,uma senhora
chamada de Inspiração -
aí a casa
vira festa,
fica sem a velha Definição.
E todos querem falar,
gritar,dançar, chorar,
rir, aparecer e se manifestar.

Dona Raiva chega sempre
de mala, insistindo em ter razão...
é um trabalho da Mansidão
pedir que ela volte outra
hora, outro dia,
noutra situação.

Ela se sente rejeitada,
sabe que na maioria
das vezes é mal vista,
mal interpretada,
julgada,
culpada por tudo
condenada por todos.
Sofre,
e aí chama a Vitimização,
a Rejeição e
a Depressão
pra lhe fazer companhia.

Já sei que
é preciso apenas
deixa-la entrar,
senão começa a crescer
e esbravejar,.
É só lhe dar boas vindas
e depois
não a alimentar,
senão ela vem pra ficar!

Tem uma tal de dona Saudade,
que vem junto com
duas crianças de tranças:
Lembrança e Esperança.
Essa não atrapalha
o resto da turma...
a não ser que se reúna
com uma tal de D. Piedade e
D. Nostalgia .
Aí vem uma tal de Melancolia,
que chama a Solidaõ,
sua vizinha.
E vão todas pra cozinha...

D.Alegria e S.Entusiasmo
trazem sempre a Excitação.
Moralismo tráz junto a Condenação.
Harmonia traz a poesia,
Silêncio traz Sabedoria
Leveza traz Beleza
e Delicadeza.

Esta casa
é dinâmica demais:
uma hora tá toda arrumada,
tranquila
e solitária-
outra, bagunçada,
tumultuada
e lotada!
Difícil é segurar a Paz.

Ainda não sei se o Eu mora nela
ou se também é
um visitante-
claro,
o mais constante!

Sei que
essa mente
quer ser a casa do Eu.

Mas esse Eu,
embora pareça pequeno,
é
muito grande e
a casa não o contém-
até tenta -
chega a quase convencer-
Mas o Eu,
se mora,
mora no ALÉM...
No Além de tudo
que se possa ver,
pensar,
sentir,
imaginar
ou dizer...
NUM TAL DE SER....