liberdade

liberdade
voar,voar...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

HOJE

Hoje
é dia de aventura!
dia de loucura,
de ventura,
de ser pura!

Dia
de fazer
e
ser
poesia!

Dia
de criar
mais
paz
e mais
harmonia!

Hoje??
Hoje
é dia
de amar,
de cantar,
de ser feliz,
de doutora
e
autora
da própria diretriz.

Hoje
é dia
de plantar,
regar,
colher,
comer,
deitar
e dormir.

É dia
de acordar
o Amor,
de respirar
com
o Criador,
de não alimentar
o mal,
a dor.

É dia
de voltar
a ser rica
e bela,
saudável
e donzela...
de voltar
a ser aquela criança
que desenha e brinca,
rabisca
e pinta
sua própria aquarela.

É dia
de
sorrir para o sol
ou para a chuva,
sair pela rua
e apitar
a campainha
da
vizinha.

Dia
de fazer arte,
de morar na lua
ou ir pra marte-
de inventar
um novo tipo
de foguete
e
do Universo
fazer parte!

Hoje!!!!
Hoje
é dia
de rir,
chorar,
abraçar
e beijar...
nem que seja
a própria imagem
no espelho-
como faz todo fedelho.

Hoje
é dia
de NÃO PENSAR tanto,
de errar sem lamento,
culpa
ou pranto.
De acertar
sem precisar
alardear
por todo canto.

Hoje
é dia
de curar feridas,
novas ou antigas,
de lamber as chagas
de um amigo,
de uma amiga.

De
arrumar as malas
da mente
e
mudar,de vez,
pras sensações.
De dar férias
permanentes
pras respostas
de antigamente.
E fazer novas
propostas
pra
velhos padrões-
velhos patrões!

Hoje
é dia de folgar!
De mandar a empregada
passear
e
cuidar com jeitinho,
com carinho,
da própria casa-
ou, simplesmente,
não fazer NADA.

Hoje
é dia
de tomar banho gelado,
andar pelado,
correr descalço
em qualquer gramado.

De ir pra praça
e achar graça
de ficar ali,
parado,
admirando o
azul tranquilo do céu-
repintado a cada instante,
continuamente,
esperando pra ser admirado,
refletido,
amado.

Hoje!!!
Hoje
é dia
de conjugar
o verbo comungar,
no Infinito
Perfeito
e aprender
a praticá-lo
no único
tempo
que ele sabe:
tempo da eternidade!

Hoje
é dia
de ver o eterno
abraçando o transitório,
ver o nascimento
de mãos dadas
com o velório,
a separação
acontecendo
junto do casório.

Dia
de
cortar o bolo
da vida
e comer cada fatia,
lambendo os dedos
sem medos,
sem segredos.

Dia de festa,
de celebração,
de comemorar
cada batimento
do próprio coração.
De honrar
menos o crime
e mais o perdão.
De conhecer
menos das coisas,
e mais dos irmãos.

Dia
de ser fé,
de ser
religião!
De ser vinho
e de ser pão!

De ser o milagre
e o mistério
dentro do sim
e do não.

Dia de optar
por deixar
o vento
soprar
as velas
e
botar seu novo barco
pra navegar.

Dia de
fazer
e aceitar
convites
pra novas parcerias,
pra novas poesias,
pra novas inspirações
e pirações.

Hoje!!!
Dia de
ser inesquecível,
imperdível,
inabalável,
imperturbável
pra tudo,
pra todos.


Hoje!

Hoje
é O DIA!
O GRANDE DIA!
O MAIOR E MELHOR DIA
DA SUA,
DA MINHA,
DA NOSSA VIDA!

Feito inteiro
pra ser compartilhado,
repartido,
glorificado -
em cada gesto,
palavra,
pensamento
ou ato.

HOJE
é o primeiro dia do ano
SEMPRE !!!
É
o primeiro dia
da chegada e da partida-
cheio de surpresas,
de brindes
e delicadezas-
da VIDA.

Hoje
é
gratuito,
generoso,
cheio de horas
pra todo mundo.

HOJE
é
CADA SEGUNDO!!!






sábado, 25 de dezembro de 2010

percepções

A invisibilidade
não oculta
os olhos
do Ser
e revela
tudo
que
não pode ser visto

A impossibilidade
não esvazia
os sentidos
do Real
e
traduz
em poesia
tudo aquilo
que
existe e seduz,
da forma
mais simples
e natural.
.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Dá licença

Estou cansada
de pessoas que
querem me dizer
o que ter,
como ter,
o que ser,
como ser...
o que fazer
e como fazer...
no que trabalhar,
como me relacionar,
o que dizer,
o que calar,
o que esconder,
o que revelar...

Pessoas
que querem me ensinar
como crescer,
como amadurecer,
como amar,
como fazer sucesso,
como viver....

Rídiculo!!!
Pessoas
que sequer aprenderam
a não se intrometer,
não invadir,
não incomodar,
não pertubar o outro
com suas "achações"...

Que achem o diabo !
mas na vida deles!
Que cuidem se si mesmos!
mania feia
de se meter
na vida alheia!

Mania disfuncional
essa de querer "ajudar" o outro.
Se achando melhor, mais, maior.
De avaliar o outro de cima,
de se botar num altar,
num pedestal,
num lugar qualquer superior
ao outro pobre mortal.
mania
de servirao próprio ego,
cego,
querendo "o outro" auxiliar...

Ó inconscência espertamente escolhida,
aprovada
e premiada pela familia,
pela igreja e pela sociedade.
Aplaudida de pé pela mediocridade.

Pessoas-
parentes,
tios,
amigos,
visinhos...
Grupos,
religiões,
revistas,
entrevistas,
médicos,
doutores,
santos,
artistas,
políticos,
atores,
iluminados
e o scambau...
tudo ditando SUAS normas
pra EU ser feliz e viver bem!!!

Não tem MESMO como dar certo...tem???

GENTE,
ME DEIXE EM PAZ,
EU QUERO SER
É NATURAL!!!!

Ser o que sou,
como sou...
sentir o que sinto,
como ,
quando e
onde sinto...
Vestir como gosto,
comer o que me apetece,
andar por onde escolho,
ter o que me agrada,
desfazer do que já não necessito mais.
Rir do que eu acho graça,
chorar pelo que ME entristece..o
resto? ESQUECE!!!

Me deixem viver
do MEU jeito,
com direito
a todas as
minhas crises,
dores,
virtudes,
defeitos,
qualidades,
tristezas,
alegrias,
raivas,
frustrações,
compulsões
e
manias.

Me deixem falar,
berrar,
dançar,
cantar,
pintar
caminhar,
correr,
dormir á revelia!!!
Fazer o que , quando e como
EU tiver vontade...
modelar meus próprios ritmos,
criar meus próprios ritos e preces,
arrancar os rótulos que me deram,
que me pedem...

Me deixem sozinha!
Quero sim adentrar mil porões dentro de mim,
mergulhar em meus mares,
escalar meus everests,
descobrir minhas novas fontes,
descortinar meus novos horizontes,
e inaugurar meu próprio paraíso...

Me deixem em paz,
poupem meus olhos e meus ouvidos,
com tantos afazeres,
movimentos,
desejos ,compromissos
e ruídos
uqe não me pertencem!

Estou aqui pronta pra destruir
todos os meus velhos padrões,
e construir aquilo que eu mesma preciso;
pra me namorar,
me noivar
e me casar primeiro comigo
-e quando me aprouver,
com o outro ,
do jeito que vier,
e que também me quiser.

Quero escrever as coisas
como elas me surgem,
sem maquiar,
sem rebuscar nada,
sem buscar nenhum aplauso ou aprovação.
Quero escrever -
não pela minha mente-
mas pelo meu coração.

Deixar que ele dê e receba
o que, quando e como e se quiser...
sem ninguém ,
nem nada
pra pressionar,
sem normas
pra dirigir,
sem regras alheias
pra seguir.
SEM RÉDEAS.

Estou cansada
dessa gente com os pés no chão
e alma sem asas!!!!

Dá licença...
tô de passagem,
tô de mudança...
2011 pra mim já chegou há muito tempo!!!

Sou mulher, poetisa e pioneira:
abro caminhos por onde ninguém foi,
porque são caminhos por onde EU SOU!


NATAL

Dizem que existe um menino Jesus,
uma Ave Maria angelical,
um José conformado
com um casamento divinamente arranjado,
03 reis magos ,
uma manjedoura,
uma estrela guia -
e chamam isso de Natal.

Eu chamo de Poesia.

Porque existe sempre ,
no meu coração e em minha mente,
um menino Jesus nascendo,
tranquilo e sereno,
a qualquer momento -
depende do sentimento.
E estou aqui pra recebê-lo, protegê-lo...

Existirá sempre
não só uma Ave Maria inocente, imaculada,
pura e angelical,
mas também pode ser Ave Marta, Patrícia,
Amanda, Lidiane , Margarida ,
Lucia, Clara , Andréia , Paula,
Mariana , Ave Lilian e Ave etc e tal.
Uma alma feminina, taõ normal,
pronta pra amamentar,
em seus seios,
e devaneios,
o sobrenatural...

Pra mim,
o José tão conformado
é qualquer homem
que põe o masculino
um pouco mais pro lado
e segue o que lhe diz a intuição,
o coração.
Esquece o racional
e a razão.
Se desvia da lógica
e entra na própria emoção.

Então pra mim há Natal todo dia,
a toda hora,
a todo momento,
por cada poesia.

Basta sair do lugar comum
das aparências ,
do supercial...
nem é preciso mergulhar na història,
na Bíblia,
no excepcional...
basta ficar no simples, no comum,
no corriqueiro , no natural...

E ter olhos pra ver,
pra sentir,
pressentir,
perceber,
permitir...

Basta deixar que a poesia desperte,
brote, aflore
e faça o milagre,
a magia,
a transformação
da água em vinho,
da migalha em pão,
da indiferença em unidade,
da crença em atitude ,
do pecado em virtude,
do erro em perdão.


Natal é a poesia da religião.

O dia da festa, da familia, da celebração,
do amor, da união.
É o dia de desejar algo bom,
de presentear,
escrever um cartão...

Mas pra que um só dia,então???

Natal deveria ser um século inteiro de vivência,
uma eternidade da nossa essência,
uma verdade experenciada continuamente,
uma criação constante da alma de cada um...
pra todos, por todos e por cada um.

Natal deveria ser todo dia,
todo dia simples, corriqueiro e comum...
Qalquer dia
em que a alma vence o peso da matéria,
esquece o volume dos pensamentos e fatos,
cheios de compromissos inventados
e se deixa levar pelo vento...
pra onde quer que ele vá.

Natal ...
tenho curiosidade em saber
como as pessoas podem
só no dia 24 e 25 de dezembro,
soltarem as amarras do ser...

Como podem só nesses dias
darem ao espiritual
um lugar de destaque,
um feriado,
um lugar especial...

E ,depois, todos,
ou a maioria,
voltarem a vida NORMAL!!!

Natal....
Natal tem cheiro de flor,
gosto de brisa,
jeito de Amor...

Natal é poesia sem tirar nem por!!!

Entaõ,
em vez de panetones e presentes,
vamos encher esse mundo de versos
e rimas,
de novoas perspectivas e prismas
e brindar REALMENTE o AMOR.








quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

DOIS ANJOS

O anjo da vida
anda sempre acompanhado
do anjo da morte...

De dia,
de noite,
no verão,
no inverno,
na dor,
na alegria,
no azar
na sorte-
juntos
sempre estão!

Na infância,
na juventude,
na maturidade
e na senilidade,
se tocam,
se amam,
se comungam
e se confundem
no mesmo mundo,
superficial ou profundo,
na mesma interação....

Na solidão,
na parceria,
nos grupo,
na familia
e na multidão.
No sucesso,
no fracasso,
na saúde,
na doença,
lá vão eles:
brincando,
se misturando,
se adentrando,
se envolvendo,
se transformando,
se unificando!

São como irmãos gêmeos,
que tendo a mesma feição,
sendo tão iguais-
possuem
caminhos
e destinos diferentes-
até divergentes,
aparentemente-
Cada qual com sua missão!

Mas, de modo nenhum,
um pior ou inferior,
melhor ou superior ao outro.

Ambos,
filhos amados
do mesmo modo
pelo Criador.
Ambos,
filhos do Amor.

Anjos com faces delicadas e
asas gigantescas,
que abraçam toda humanidade,
em silêncio e humildade,
com toda sua criatividade.

Anjos que elevam nossas almas
a cada momento,
que despertam e
suscitam, a cada dia,
novos sentimentos.
Anjos que nos surpreedem
e presenteiam
com sua morada
ou estadia.

Anjos

que jamais nos prendem,

e jamais nos perdem.

Sempre nos soltam,

sempre nos pedem.

Anjos companheiros,

ambos,

amigos e guerreiros,

mestres e alunos...

anjos que nos trazem

e nos levam a esse

ou a outros mundos,

em apenas um segundo.

Anjo da vida ,

anjo da morte...

serão mesmo dois??

Não seriam como aqueles gêmeos

que nascem grudados,

e que não podem ser separados?

Não serviriam,

no fim das contas,

às mesma funções,

aos mesmos interesses

do Grande Amado?

Anjos que vieram

aprender e ensinar,

através de nós,

o que é viver,

amar, morrer,

sentir,

chorar,

sorrir,

ver,

aceitar,

compreender,

criar,

fazer,

trasnsformar,

deixar

e partir...

a qualquer momento!

Sem aviso prévio,

sem ensaio,

sem drama,

sem trama,

sem trauma,

sem pressa -

com calma.

Sem corpo -

só com a alma-

e sem treinamento.

Não sei.

Os anjos não costumam me responder.

Me entregam ao silêncio e à paz

dos mistèrios que existem naturalmente...

não costumam ligar pra minha mente,

doente,

inquisidora, inquisitiva,

possuidora e possessiva.

Costumam apenas me convidar

a, mais e mais,

mergulhar nesse silêncio,

nessa paz,

nesse mistério do existir

e da da naturalidade-

e a ele,

me abrir.

Ambos costumam, sempre a insistir...

às vêzes me obrigam,

às vêzes brigam entre si,

e ,

no conflito,

me permitem parar,

refletir,

escolher,

decidir...

Ás vêzes,

ambos,

me ensinam a chorar,

pedir,

dar,

gozar,

dançar,

celebrar,

regozijar...

às vêzes

me ensinam a me rebelar...

até pelo

orar,

calar,

meditar,

esperar...

me ensinam a explodir,

extravazar,

escrever,

transbordar,

traduzir,

transformar,

mudar ,

ser o que tiver que ser-

sem nada julgar,

penar,

condenar...

Anjos que crescem a meu lado.

Se divertem e se desesperam com minhas

aventuras e loucuras,

com as experiências que me atrevo a fazer...

Anjos que me inspiram a viver

e a morrer -

diariamente,

por dentro e por fora -

no Agora-

e que se deitam ,

se deliciam,

me iniciam

e repousam

na poesia de cada instante,

de cada dia.

São esses os anjos que me trazem poesia!




sábado, 18 de dezembro de 2010

madrugada

A madrugada
insiste em me manter acordada.
insiste em me fazer poesia...
em dar uma dimensão diferente de mim
pra esse novo dia.

Insiste em me cobrir com seu manto de silêncio
e escuridão
e ir se derramando pelas minhas mãos...

Em dar um ritmo inesperado
a minha vida-
em me fazer companhia
como um amante,
como um amado-
no teclado-
que não se manisfesta em meio
a multidão.

Ela insiste em me despertar dos meus sonhos,
do deleite da minha cama-
e em inaugurar minha mais nova forma
de oração.

A madrugada não chama de insônia
seu momento de inspiração,
seu convite à profundidade
-às horas serenas
que antecedem o cantar os pássaros,
o caminhar lento da claridade sobre a cidade.

A madrugada já me fez sua!
Amante, aliada e amada.
Botou uma aliança invisível
em meu dedo,
em segredo,
e me propôs o matrimônio
da poesia,
antes de tudo e todos-
e diante do nada.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

GRIPE

A gripe que abateu meu corpo,
socorreu meu espírito...
me devolveu à dimensão
do frágil e do efêmero
da matéria-
em toda sua riqueza,
em toda sua miséria.

Dinamitou meus compromissos,
rituais,
condicionamentos
e vicios.

Modificou meus comportamentos,
minha voz,
meu ritmo,
minhas emoções
e pensamentos.

Levou minha fala ao silêncio,
fez meus olhos murcharem ,
meus ombros curvarem,
meus planos se modificarem,
meu apetite desaparecer...

A gripe veio do Ser,
para Nele voltar
a me reestabelecer .

Ela me fez curvar
ante a realidade -
realidade
que não poderei jamais controlar-
mas apenas receber,
perceber,
adentrar,
aprender,
partilhar
e me aprofundar.

Um virus pequeno pode
invadir meu mundo,
num segundo,
e transformá-lo-
consciente
ou inoconscientemente,
para sempre.

Um virus pequeno e abençoado,
designado pra me obrigar
a mudar de posição,
a me sentir, olhar, tratar,
com mais cuidado
e atenção.

Um virus invisível
entrou por todo meu organismo...
fez uma limpeza estranha
em minhas entranhas
e a levou pra um ponto
muito mais sensível.

Um virus...
um mestre,
um amigo,
um convidado...
um mensageiro divino
com seu recado.

Um curador que vem

me fazer um grande favor,

em nome da verdade,

do amor

e do bem...

Que vem me obrigar

a fazer as mudanças que não quero fazer,

parar o que não tenho a mínima intenção de parar,

transformar o que não consigo transformar,

me afastar da correria,

me levar pro berço

do recomeço,

da calmaria.

Amigo minúsculo,

que atinge meu corpo todo,

ossos,tecidos e músculos...

desacelera e freia meus neurônios,

altera mues hormônios,

revela meus limites e fragilidades-

revela tudo que tento esconder

sobre mim,

sobre minha transitoriedade...

Me faz recolher,

chorar,

buscar ajuda.

me ver,

me olhar,

me respeitar

com mais profundidade..

Um pequeno vírus

que me faz sentir impotente-

o que sou realmente!-

materialmente.

Me faz sentir doente-

carente...

Me faz ceder,

orar,

meditar,

aqueitar

buscar a paz...

E ,

no meu caso,

me faz ,

ainda mais,

sentar,

escrever

e

transbordar.

Gratidão a tantos virus

que rondam meu corpo e meu coração.

Anjos do Senhor,

capazes de mudar meu destino,

seja lá como for.

Me mostram caminhos interiores

que teimo em encobrir,

hábitos exteriores

em que tento insistir;

medos e vaidades

que tento reprimir.

Vírus pequeno,

valente, audacioso!

Capaz de me contaminar como um todo.

Vírus que revira minhas emoções,

lapida minhas reações,

me traz novas e diversas intuições.

Virus que pode me enfartar,

me cegar,

me matar,

me aleijar...

Me tirar da vida velha

e me desalojar...

Um virus iluminado,

hoje me faz companhia-

na cama,

no teclado

e na poesia.

Grita minhas mentiras e repressões.

Atravanca meus planos e fazeções...

me faz sentir a importãncia

da Vida, do Tempo!

Põe pra fora em forma de espirros,

tosses, alergias, dores,letargias

tudo que tentei guardar e segurar,em vão.

Deus também se manisfesta nesse pequeno vírus

que me infecta,

me afeta

e me liberta....

Me liberta de minha prepotência,

arrogância,

de minha pretensa força,

vitalidade e importância.

Faz meu ego tremer

diante de tudo que ele não pode controlar-

o obriga a ceder,

a sair do seu costumeiro lugar.

Santo vírus

que me abate,

que me cura da minha própria loucura

que me torna criança novamente

em busca de amor,colo, apoio ,atenção...

em busca do meu coração.

Santo Virus tão rejeitado e

taõ necessário!

Obrigado!

Obrigado por sua inesquecível

e imprevisível visita.

Obrigada por que,

graças a você,

eu acordo

e me recordo

de quem eu sou:

uma visitante eterna

do presente.

Obrigada por me conduzir

de volta, com escolta,

pra dentro de mim.

Por abrir as portas e janelas

da minha alma,

subjulgada antes por pensamenttos

e planos sem fim.

Obrigada por limitar meus caminhos.

adiar meus tantos compromissos

e me trazer de volta pra mim.







terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FERPA

Ontém,
tirei uma ferpa minúscula
do meu dedo-
sem muito mistério
ou segredo.

E fiquei a pensar:
como algo tão pequeno
pode tanto doer
e atrapalhar ?
A ponto
de não me deixar escrever,
lavar louça,
varrer,
pintar...

Fiquei imaginando
quantas ferpas podem
haver nas maãos
e nos dedos
do meu coração -
disfarçadas de medos-
e como as poderia tirar?!!

Elas me machucam e ferem
com total discrição,
e mal as consigo localizar.
Onde estarão???

Ás vêzes, entraram sem querer,
há muito tempo,
em qualquer ocasião,
com ou sem intenção,
por qualquer razão,
com ou sem
meu consciente
conhecimento.

E atrapalham,
impedem
a destreza do meu amor,
da minha ação,
da minha consciência ,
da minha realização.

Ferpas -
até no nome são pequenas.
Mas se você
não as tirar....
sabe-se lá
o tempo que vão ficar...

Fisicamente,
o organismo absorverá
depois de alguns dias...

Mas o coração,
orgão máximo da sensibilidade,
sede da alma,
não absorve assim,
tão natural,
elas não...
Ele nos chama,
grita,
reclama
e chora ,
à nossa individual
responsabilidade.

Vão ficando,
ferindo,
machucando...
com ou sem permissão,
com ou sem compreensão,
com ou sem perdão.

Tirar uma a uma
é nosso direito
e é nossa
própria obrigação!

Todos os dias!
Todas as horas!
Sempre!
Pra executar com leveza
e prazer
nosso próprio SER!

E tranquilamente,
tão somente,
VIVER!!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A VIDA CORRE

A vida corre lá fora,
no agora!
Corre aqui no dentro
também!

No meu sangue inquieto,
que percorre,
noite e dia,
cada
milímetro de centenas
de veias,
vasos,
e artérias...

Corre nos meus pensamentos
que voam, se agitam,
se emaranham
e me emaranham com eles...
Mas que ,
em seguida,
se separam
e me separam
da própria vida !

Corre nos poucos sentimentos
que insisto em cultivar...
nas milhares de emoções que insistem
em me envolver
e me tomar...

Corre nos milhões
de atos,
atitudes,
circunstâncias
e fatos
com os quais
costumo me identificar-
demais!

A vida corre...

Corre bem longe
do tempo
e da agitação -
corre em paz !

Como um riacho
em busca do mar...
bem no fundo
do presente
e do profundo...
bem no centro
do meu coração.

Num movimento
eterno,
silencioso,
contínuo
e secreto-
lento,
sereno
e aberto...

Corre
a me procurar!