liberdade

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voar,voar...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

DOIS ANJOS

O anjo da vida
anda sempre acompanhado
do anjo da morte...

De dia,
de noite,
no verão,
no inverno,
na dor,
na alegria,
no azar
na sorte-
juntos
sempre estão!

Na infância,
na juventude,
na maturidade
e na senilidade,
se tocam,
se amam,
se comungam
e se confundem
no mesmo mundo,
superficial ou profundo,
na mesma interação....

Na solidão,
na parceria,
nos grupo,
na familia
e na multidão.
No sucesso,
no fracasso,
na saúde,
na doença,
lá vão eles:
brincando,
se misturando,
se adentrando,
se envolvendo,
se transformando,
se unificando!

São como irmãos gêmeos,
que tendo a mesma feição,
sendo tão iguais-
possuem
caminhos
e destinos diferentes-
até divergentes,
aparentemente-
Cada qual com sua missão!

Mas, de modo nenhum,
um pior ou inferior,
melhor ou superior ao outro.

Ambos,
filhos amados
do mesmo modo
pelo Criador.
Ambos,
filhos do Amor.

Anjos com faces delicadas e
asas gigantescas,
que abraçam toda humanidade,
em silêncio e humildade,
com toda sua criatividade.

Anjos que elevam nossas almas
a cada momento,
que despertam e
suscitam, a cada dia,
novos sentimentos.
Anjos que nos surpreedem
e presenteiam
com sua morada
ou estadia.

Anjos

que jamais nos prendem,

e jamais nos perdem.

Sempre nos soltam,

sempre nos pedem.

Anjos companheiros,

ambos,

amigos e guerreiros,

mestres e alunos...

anjos que nos trazem

e nos levam a esse

ou a outros mundos,

em apenas um segundo.

Anjo da vida ,

anjo da morte...

serão mesmo dois??

Não seriam como aqueles gêmeos

que nascem grudados,

e que não podem ser separados?

Não serviriam,

no fim das contas,

às mesma funções,

aos mesmos interesses

do Grande Amado?

Anjos que vieram

aprender e ensinar,

através de nós,

o que é viver,

amar, morrer,

sentir,

chorar,

sorrir,

ver,

aceitar,

compreender,

criar,

fazer,

trasnsformar,

deixar

e partir...

a qualquer momento!

Sem aviso prévio,

sem ensaio,

sem drama,

sem trama,

sem trauma,

sem pressa -

com calma.

Sem corpo -

só com a alma-

e sem treinamento.

Não sei.

Os anjos não costumam me responder.

Me entregam ao silêncio e à paz

dos mistèrios que existem naturalmente...

não costumam ligar pra minha mente,

doente,

inquisidora, inquisitiva,

possuidora e possessiva.

Costumam apenas me convidar

a, mais e mais,

mergulhar nesse silêncio,

nessa paz,

nesse mistério do existir

e da da naturalidade-

e a ele,

me abrir.

Ambos costumam, sempre a insistir...

às vêzes me obrigam,

às vêzes brigam entre si,

e ,

no conflito,

me permitem parar,

refletir,

escolher,

decidir...

Ás vêzes,

ambos,

me ensinam a chorar,

pedir,

dar,

gozar,

dançar,

celebrar,

regozijar...

às vêzes

me ensinam a me rebelar...

até pelo

orar,

calar,

meditar,

esperar...

me ensinam a explodir,

extravazar,

escrever,

transbordar,

traduzir,

transformar,

mudar ,

ser o que tiver que ser-

sem nada julgar,

penar,

condenar...

Anjos que crescem a meu lado.

Se divertem e se desesperam com minhas

aventuras e loucuras,

com as experiências que me atrevo a fazer...

Anjos que me inspiram a viver

e a morrer -

diariamente,

por dentro e por fora -

no Agora-

e que se deitam ,

se deliciam,

me iniciam

e repousam

na poesia de cada instante,

de cada dia.

São esses os anjos que me trazem poesia!




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