liberdade

liberdade
voar,voar...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quando meu sonho
penetra em sua realidade,
a fantasia se torna verdade
Sua alma me acalma,
sua chama me inflama

HERESIA

Santa é a minha inspiração,
a minha necessidade,
a minha solidão,
a minha saudade
e a minha comunhão.

Santas são as minhas minhas mãos,
meus olhos,minha pele,
meus lábios e ouvidos.
Santo é todo meu corpo
e todos os meus sentidos.

Santos são todos outros,
onde todo eu vive refletido.

Santa é a minha voz,
os meus gestos,
a minha ação.
Santo é o meu sono,
a minha fome
e a minha satisfação.
Santo é o Espírito
que, em mim,
nunca dorme.

Santa é a minha alma,
que é minha luz e
minha casa,
o altar permanente
de minha oração -
consciente ou não-
a morada do Eterno
em minha serena transição

Santa é a minha mente
mergulhada
no Sagrado Silêncio
de sua morte,
onde o Vazio e o Nada
ressuscitam
sua sorte de ser
o Amor, a Amante
e a Amada.

Santo é meu destino
de voltar ao céu,
através da terra e do chão
que me cobrirão-
Sem norte,
sem bússola
e sem direção.

Santo é o Cristo
que trago comigo,
em paz -
sem mais ego,
sem mais prego,
sem mais cruxificação.
Apenas calmo e calado,
deitado em meu coração.
Longe de todos os apelos e
apegos que o mundo me obriga
e eu abrigo.

Santo é o Buda
que me desperta
e alerta para
a meditação que é o viver.
Santa é a minha atitude,
sem querer separar do mal,
a virtude,
sem separar a visão
daquele que vê.

Santa é a minha loucura,
de querer ser Sal e Doçura.

Santas são todas as minhas paixões,
que arrastam as máscaras
das ilusões do meu controle.
Santas são todas as renuncias
que a vida me obriga,
ao pedir, ou exigir, que a siga.

Santos são todos os meus fracassos,
vitórias, perdas e conquistas -
porque todos sumirão no tempo.
Santos são os abandonos
que sofro
e os gozos onde eu me abandono.

Santo é o Templo
de cada momento.

Santa é a poesia
de me permitir ser pura
e ser heresia.

Santa enfim,
sou eu assim:
totalmente encontrada dentro de Deus,
totalmente perdida fora de mim.






quarta-feira, 20 de abril de 2011

ORAÇÃO

Santa
é a oração
que trago no peito
quando me deixo
e me deito
no altar
do meu coração -
onde coloco a meu lado,
a face do meu amado.

SEMANA SANTA

Santa é a Vida.
Santo é o Amor.
Santos são todas as tardes,
noites e dias.
Todas as horas,momentos
e segundos.
Santas são todas
as poesias,
todas as canções,
todas as expressões,
todos as emoções
e sentimentos.
Santo é o Mundo.

Santos são todos os seres,
e toda a criação.
Deus existe em tudo que
Ele cria,
porque em tudo
Ele põe Seu coração.

Santos são todos
os pecadores
e todos os pecados -
porque apenas nos devolvem
aos braços Divinos -
onde todos somos
e seremos
sempre, tão somente,
amados e meninos.

Santa é toda cruz,
solidão e sofrimento.
Tanto quanto, Santo,
também é todo prazer,
alegria e relacionamento.

Santidade é a beleza
dessa inteireza,
dessa totalidade.

Santa é a comunhão,
a completude e a intimidade
entre um homem e uma mulher,
entre o homem e a natureza,
entre o profano e o sagrado,
o profundo e o raso,
em sua eterna transitoriedade.

Santas são todas as formas
de ilusões e divisões dissolvidas,
todos os julgamentos esquecidos,
todos os erros aceitos e absolvidos.
Santa é a União e a Unidade,
vivenciadas e vividas
dentro de cada realidade.

Santas são todas as fontes,
lagos, rios e mares.
Todas as pedras, planícies
e montes.
Todas as árvores, plantas,
bichos, peixes e pássaros.
Tudo que existe
visível e invisivelmente -
longe de qualquer imagem,
de qualquer roupagem
da mente.

Santa é toda nudez,
com a qual Deus a
todos nos fez.

Santa é a verdade da igualdade,
de que ninguém é melhor ou pior,
mais ou menos,
maior ou menor , que ninguém.

Santa é a individualidade,
que em sua quietude,
alcança e abraça o Além -
em toda sua liberdade
e em toda sua plenitude também.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Termina mais um dia. Quisera ter vivido ele todo dentro da poesia. Quisera tê-lo amado tanto quanto deveria, poderia... Quisera depositar esta noite, em meu travesseiro, um corpo satisfeito e uma mente vazia... Quisera ter amado cada segundo, ao invés de pensar tanto. e me entulhar de dúvidas e medos, inseguranças e desejos. Termina mais um dia. Não sei se fiz pouco, se senti demais, se menti pra mim mesma, de novo, se fugi das coisas reais. Quisera morar somente na verdade, minha e do outro, do mundo, de tudo e de todos... Mas a verdade também é mutante, variável,única e insondável. Quisera estar agora ao lado do homem que devora e consome meus sentimentos, mesmo estando distante... Quisera ter a prova desse amor neste exato instante. E tenho! O que escrevo me delata, me revela... Termina o dia e a saudade recomeça. Lá vou eu noite a dentro, levando a morte de um dia lento e levando à vida a oportunidade de uma nova madrugada. Dormindo na realidade e esculpindo sonhos, estando acordada.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

No momento em que gostaria de ser capaz de dizer tudo em poesia, acho impossível achar as palavras exatas pra exprimir meu sentir. Meu coração silenciosamente canta, e minha alma se cala. Fico no vazio do escuro, na solidão da sala. Nenhuma frase me agrada. Apenas o sentimento me traduz, me encanta e fala. Tento achar razões, motivos e explicações, mas estou cercada de indefinições. Um estado de graça me abraça. Uma paz de criança embala minha confiança. Uma serenidade madura, me assegura. Nada temo. Nada tenho a reprimir. Sei que perdi meu leme, meu barco e meu remo. Sou levada pelo existir. Um turbilhão de novas emoções inunda meu corpo com as suas sensações. Estou mergulhada num oceano sem águas, numa outra dimensão do Ser. Um sol de amor ilumina meu destino... Mas por dentro, meu farol é você, meu homem, meu menino. O mesmo Deus que me dirige e me habita, é o Deus que te pede e te convida. O mesmo Deus que te rege,te guia e te protege -te traz pra perto da minha paz. Tudo é começo em mim. E para a poesia nenhum começo tem fim

sexta-feira, 1 de abril de 2011




    A poesia mora naquele espaço onde me abro, me perco e não mais me acho.Naquela entrega que, com ou sem meu consentimento, leva pra longe todo pensamento... Mora naquela flor que admiro,naquela nuvem que acompanho, naquele rosto que eu amo. Mora num aqui que fica bem ali, distante ,porém, também, dentro de mim. Mora naquela frase que pronuncio com os olhos, n aquela carícia que recebo pelos ouvidos, naquele instante em que nada sou, e em tudo encontro seu próprio sentido. Mora naquela disposição em que brota uma oração espontânea, uma meditação que vem lá do coração, uma comunhão que vai além do corpo, além da dor, do temor... naquela quietude que só surge diante do amor. Na verdade , nem sei se ela mora ou se ela apenas namora ... E , assim, silenciosa e sincera, a poesia vive, transborda, transporta, e celebra.