liberdade

liberdade
voar,voar...

sábado, 21 de maio de 2011

Não acumulo idéias,
segredos,
casos,
coisas,
dinheiro...

Não acumulo amigos,
passado,
planos,
resultados...

Não acumulo ideais,
propósitos,
Não tenho contas,
débitos
ou créditos.
Nem ligo
pros meus méritos.

Não acumulo armários,
gavetas,
cadernos,
livros-
internos
ou externos,
modernos
ou antigos.

Não acumulo memórias,
fracassos,
sucessos,
vitórias.

Não guardo sentimentos,
desejos,
audácias,
medos,
silêncios
nem palavras.

Não guardo caminhos,
trajetos,
carinhos,
seres,
objetos.

Nem imagens,
nem sonhos,
nem fantasias,
nem verdades.

Vivo o ar do presente
que crio e respiro-
livre e leve,
doce ou amargo,
frio ou quente.

Voltei a ser criança,
aprendi a brincar,
curtir, me divertir,
rir e chorar...
Sou festa e floresta,
cidade e mar,
E adoro esssa dança!

O "eu quero" é uma viagem do ego.

terça-feira, 17 de maio de 2011

FELIZ

Amor desavisado,
atrasado,
extraviado,
perdido
e procurado.

Amor encantado.

Anda pela noite
e pelo dia,
com fome
de poesia.
O resto,
deixa de lado.

Amor folgado.

Anda livre,
despreocupado...
Feito criança,
nasce pelado.
Anda na rua,
na chuva,
descalço.

Ri alto,
chora à toa,
corre pra cá
e pra lá.
Canta de boa.

Nada no rio,
desenha e pinta.
Sonha e brinca.

Amor desgrenhado.

Cabelos ao vento,
mãos sujas de barro.

Embriagado.
De vida.
De energia.
De amizade com
a liberdade.

Amor que cresce.
Floresce.
Amadurece.

Amor retribuído,
compartilhado,
feliz,
recompensado.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

No lugar do cio,
o vazio.

Onde minha paixão
se deita?
Onde se perde,
se derrama,
se deixa?

O lugar que era mar,
virou rio.

Onde havia sol,
hoje há sombra demais.
Não há mais música,
nem divisão-
só perdão e paz.

Perdi meu par.
Mas não me perdi
do amar.

Seu rosto
sumiu no deserto.
Mas seu coração
bate em mim,
silencioso e perto.

Respiro a poeira
do que foi e do que ficou.

E o amor que restou
ainda sobra em mim.

No lugar do êxtase,
hoje, há medo.
No lugar do começo,
um fim.

Não importa.
Não quero saber.

Estou no meio.
E dentro é a porta.

A coragem é a nudez.

A confiança, a luz.

O resto a verdade
dita e conduz...
em segredo,
sem devaneios.





segunda-feira, 9 de maio de 2011

Amigos novos me chegam.
Velhos amigos partiram...

As oportunidades mudaram.
Caminhos se abriram,
caminhos se fecharam.

Um grande amor se ausenta.
Meu olhar se amplia,
minha poesia me acenta.

Os sonhos somem na fumaça,
Enquanto a realidade me caça.

O rio da vida vai me levando.

Pelas águas,vou amando.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Não chove.
Naõ há nuvens.
Não há flores.

O sol se foi.
A lua não veio.
As estrelas
não apareceram.

O amor se escondeu.
A dor se abriu.

Não há desespero.
Não há mais medo.

A paz me cobriu.
O silêncio se fez.

Morri
outra vez.
É tempo de recolhimento,
de espera,
de quietude.
É tempo de guardar
meus sentimentos,
de deixar,
tranquila,
que a noite passe
e se tranforme
em um novo dia.
Tempo de repousar,
dormir e morrer
em solitude,
nos braçõs
da poesia.

Onde o sonho
irá me levar?
Em que momento
irei despertar?
Não sei.
Não é preciso saber.
Na hora certa
as coisas irão
acontecer.
A vida se mostrará.

E eu também
me mostrarei.



MILAGRE

Regando as plantas,
rego tudo que há
plantado também em mim.
Rego o ontém, o agora
e o futuro.
Rego o começo de tudo,
o meio
e o fim.

Nunca sei o tempo
que cada planta
levará pra crescer,
pra florescer ou
frutificar.
Nunca sei.
Só me cabe regar.

Regando,
sinto que minhas raízes
também vão se fortalecendo.
Sinto o amor
adentrando a
terra seca
e fazendo o milagre
da transformação.
Regando,
vou vivendo,
sendo.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

E se não foi amor
o que existiu,
o que teria sido?
Quantos nomes
tentarei dar
pra os meus sentidos?
Haverá realmente
alguma palavra
que possa resumí-los?

Paixão, necessidade,
carência?
Atração pela similaridade,
pela diferença?
Carinho, ternura,
tesão, amizade?
Uma mistura??
Uma ilusão,
uma realidade?
Seduçaõ
ou sinceridade?
Ainda uma velha adolescência
ou uma nova maturidade?

A mente coloca
suas dúvidas
escancaradas.
Teria sido muito,
demais,
quase tudo,
ou quase nada?
Ou o que mais?

Foi?
É?
Será?
Quantos verbos,
pontos, vírgulas,
interrogações.
Quantas emoções
interligadas,
interelacionadas,
com ou sem
boas intenções.

Divagações...

O sentir
responde.
O pensar sobre,
esconde.





terça-feira, 3 de maio de 2011

UM DIA

Pode ser que demore,
pode ser amanhã,
mas um dia
a gente acorda
e descobre
Deus até em Satã.

A gente acorda
quase que obrigado,
forçado
por alguma situação.
E aí o sonho acaba
e a realidade reina
soberana em nosso coração.

Um dia,
o sol da consciência
volta a nos iluminar
e iluminar tudo ao redor.
Vemos com mais clareza
nós mesmos,
as pessoas ao nosso lado,
o que estamos fazendo de certo,
onde estamos fazendo o errado.
Olhamos tudo!
Do mais belo
ao mais horrendo-
do mais verdadeiro
ao mais cheio de fingimento,
do melhor ao pior.

Um dia
ficamos mais plenos
em nossa solidão.
Esvaziamos toda
mentira,
toda ilusão.

Rasgamos o corpo,
a mente, a alma
e o coração -
de uma só vez.
Esquecemos tudo:
o que fizemos
de bom ou ruim pelo mundo
e o que o mundo,
de bom ou ruim, nos fez.

Descemos do passado,
abandonamos o futuro.
Ficamos quietos,
mudos
e calados.

Nada mais nos distrai,
nos trai.
Nada mais nos assusta,
nos custa.
Não interessa
mais ninguém que
nos aprove,
nos ame,
nos admire
ou adore.

Um dia,
a escuridão se converte em luz,
sozinha.
E gente cruza o portal do agora,
cruza o sinal seja ele qual for,
cruza a linha definitiva do medo da dor.

Aí ,
tudo se encaixa perfeita
e permanentemente.
Entramos decididamente
no reino do Amor.