liberdade

liberdade
voar,voar...

sábado, 18 de dezembro de 2010

madrugada

A madrugada
insiste em me manter acordada.
insiste em me fazer poesia...
em dar uma dimensão diferente de mim
pra esse novo dia.

Insiste em me cobrir com seu manto de silêncio
e escuridão
e ir se derramando pelas minhas mãos...

Em dar um ritmo inesperado
a minha vida-
em me fazer companhia
como um amante,
como um amado-
no teclado-
que não se manisfesta em meio
a multidão.

Ela insiste em me despertar dos meus sonhos,
do deleite da minha cama-
e em inaugurar minha mais nova forma
de oração.

A madrugada não chama de insônia
seu momento de inspiração,
seu convite à profundidade
-às horas serenas
que antecedem o cantar os pássaros,
o caminhar lento da claridade sobre a cidade.

A madrugada já me fez sua!
Amante, aliada e amada.
Botou uma aliança invisível
em meu dedo,
em segredo,
e me propôs o matrimônio
da poesia,
antes de tudo e todos-
e diante do nada.

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