Rasguei todos os mapas
e itinerários que me foram dados.
Rasguei velhos dicionários
e antigos vocabulários,
normas,
leis,
preceitos
e caminhos largos
ou estreitos.
Agora ando no escuro,
no desconhecido
vasto que me abriga
e eu abrigo.
Ando no caminho
das minhas próprias descobertas
e lições.
Eu sou o aprendizado de cada novo passo.
A dor de cada queda,
o prazer de cada paisagem inaugurada.
A presença de minhas próprias sensações.
Ando na luz suave do meu interior.
Meu farol é cada momento sentido,
cada experiência vivida,
cada segundo que respiro,
cada coisa que me cerca.
A solidão e o escuro
me ensinaram a confiar,
a não precisar , nem buscar
nada
nem ninguém
que não esteja , por si só,
em meu caminho .
Tropeço, caio, choro.
Levanto,canto, oro.
Mil vezes.
Todos os dias.
A noite nunca me surpreende,
porque anda a meu lado,
de braço dado.
Ela me escuta e escuda.
me ampara e pára.
Ando no escuro.
Aprendi um novo jeito de olhar,
caminhar e viver.
Um jeito que não sei explicar.
Um jeito feito de ser.
As noites
se tornaram amantes dos meus pés.
Os medos se foram,
a vastidão se formou dentro de mim também.
Ah, amada escuridão!
Verdade iluminada
deitada sobre o meu coração.
Céu e infinito.
Sem estradas,
sem chão,
sem nada definido.
Noites
salpicadas de pequenas
e gigantescas estrelas...
Noites silenciosas
fecundando todo o cosmos,
formando incontáveis mundos novos-
noites abençoadas !
Breu vazio,
sem cio,
sem eu.
Escuridão-
prenuncio da Luz
que nunca se apaga:
A luz da auto-descoberta,
da auto-iluminação.
sábado, 12 de junho de 2010
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