Caminho,corro,penso
sinto,falo,
vejo,ouço e faço mil coisas
em poucos momentos.
Vivo na superfície
constante
de cada instante.
Raro é o repouso
na plenitude do sîlêncio,
meu verdadeiro mundo.
Rara é a pausa...
o nada,
o Ser e o profundo.
Sou como a maioria.
Me salva a poesia.
Me faz parar.
Fluir pra dentro.
Voar no pouso.
Acordar no sonho.
Me chamam os deveres,
os desejos,
os afazeres,
os medos...
Me chamam os prazeres,
as necessidades,
as mentiras vestidas
de Verdade.
Me chamam as pessoas,
as paisagens,
as letras...
E milhões de mensagens...
Sou como a maioria.
Me salva a poesia.
Me salvam os intervalos,
as entrelinhas,
os espaços...
As coisas as quais
não me proponho,
não busco,
não questiono,
não me imponho.
Me salva o cansaço!
Me salvam a dor,
o amor,
a respiração...
Me salva parar de me cruxificar
a vida inteira
e me deleitar
em apenas Ser.
Deliciosa salvação!
Preciosa limitação!
Parada,
não preciso mais
de um Messias.
Só dessa paz...
traduzida em poesias.
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