liberdade

liberdade
voar,voar...

terça-feira, 11 de maio de 2010

TRAVESSURAS

Eu venho do infinito.
Trouxe um corpo
e um rosto
bonito.

Trouxe uma voz rouca,
uma mente louca,
um pouco de pó
e matéria,
de luz e miséria.

Trouxe uma alma
entranhada.
E mais nada.

Vim de um vôo infindável
pelo coração do vazio.
Nasci de um cio.

Cresci por acaso.
Adentrei em um tal ovário.

Não uso nenhum escapulário.
Rasgaram meus retratos.
Me deram uma história
e eu a transformei em memória.

Mas sei de onde vim:
De um começo sem fim.
De um mistério
que chamo de "mim"...
E o perpetuo assim...

Esqueci tudo
que vim fazer e ser.

Larguei não sei onde
meus limites e horizontes.

Moro na Fonte
que fica dentro,
detrás e defronte
a você...

Não vou demorar
nesse chão.
Meu coração
vai parar e morrer...
Não vou mais respirar
e vão me enterrar.

Vou voltar pra casa
que nunca deixei.
Ser o que sou
e desaparecer.

Eu vim do infinito...
de onde nascem as poesias,
as canções e cores,
onde vivem todos os amores,
onde encontro todos que perdi
e despossuo tudo que possuí...

Vim de lá
pra cá.
À toa,
numa boa...
Brincar de ser gente,
de inconsciente
de coisas sem valor:
de sentir ,
sofrer,
parir,
comer,
pensar,
sorrir...

Vim do vão entre as estrelas
e elétrons.
Do centro e do periférico.
Dos fótons e protóns,
sem destino nenhum...

Vim abrir um caminho
entre os neurônios,
fazer um ninho de espaço
entre os sonhos.
Viajar nas noites que durmo
e acordar nas manhãs com nomes.

Vim sozinho.
Anexado em uma célula,
parecido com uma libélula.

Trazendo a loucura do cosmos,
rompendo a sensatez dos lógicos,
dos astrônomos e astrólogos.

Fazendo o que a Vida sempre fez
e faz:
Travessuras!!!



Nenhum comentário:

Postar um comentário